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TAMO JUNTO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

GUITAR HERO X GUITAR REAL

O fenômenos Guitar Hero e Rock Band, estão com tudo e não dão prosa!
Esses dois jogos realmente fizeram a cabeça da galera. Hoje, dentre muitos, são os mais procurados em todo o mundo, nas mais variadas versões, para os consoles Wii, Xbox360, PS3, PS2 e até para PC, DS e PSP.
Mas o que de tão legal há nesses jogos?
Essas e outras perguntas estão cada vez mais na boca do povo! E não param por aqui: será que existe realmente alguma ligação entre os jogos e os instrumentos verdadeiros?
Minha opinião é pequena, mas eu na condição de músico e jogador gostaria de afirmar que: depois de 15 anos ministrando aulas de violão e guitarra, e praticamente 25 anos jogando (comecei no TeleJogo), acredito que posso contribuir e sanar algumas dessas dúvidas.
Vamos pela história dos jogos. O seguimento game com música sempre teve uma ligação estreita. Quando os consoles, com um pouquinho mais de técnologia, começaram a desenvolver músicas, trilhas e efeitos sonoros mais definidos e variados toda turma reparou e gostou.
Não é à toa que hoje existem muitas bandas espalhadas pelo mundo que só trabalham com músicas e trilhas para games. Cada vez mais as produtoras investem na parte sonora dos jogos. Atualmente não conseguimos ver um jogo que além dos gráficos e jogabilidade, não possua uma boa trilha para acompanhá-lo. A música produzida para games é cada vez mais de alta técnologia, chega até a ser melhor que muito áudio de filme, por exemplo.
Voltamos para a história. Antigamente nós convivíamos com os jogos de dança, com aqueles tapetes onde os “jogadores dançarinos” faziam as mais altas estripulias incluindo saltos mortais, uso das mãos, virada de costas para a tela, etc. A tela onde se passavam as combinações para acionar os passos são quase iguais aos jogos de hoje.
Temos também o interessante Frets on Fire, jogo desenvolvido para computador que possui as características dos games atuais. Na época de lançamento (meados de 2005), foi muito elogiado, chegando a ganhar alguns prêmios pela mídia especializada..
De fato, sem teclados ou lugares para pisar, nossos queridos joguinhos são desempenhados com guitarras e baterias de simulação. Claro que não tem nada de igual aos verdadeiros, inclusive as baterias antigas eram bem simples, com 4 imitadores de tambor e um pedal de bumbo.
A guitarra para jogar possui botões coloridos no braço, alavanca e tal, bem diferentes das verdadeiras, mas algumas já incluem modelos e logotipos das marcar patrocinadoras, no caso a Fender para o Rock Band e a Gibson no Guitar Hero, sinal que os jogos realmente fazem sucesso e trazem fins lucrativos.
Mas e aí? Será que o jogo traz realmente a sensação de se tocar em uma banda, como o marketing anuncia?
Realmente o jogo é instigante, mas muito diferente de se tocar em uma guitarra com cordas, pedal e amplificador ligado bem alto. Na batera então nem se fala, levando em conta que muitos bateristas montam seu próprios sets, com muito mais peças.
Então por que o jogo faz tanto sucesso?
Primeiro porque é cativante, quanto mais você joga mais quer aprender e melhorar sua performance. Segundo, tem o lance de estar sempre jogando ou tocando música. Se for de alguma banda que você é fã então! Vixi, é vício no ato!
Um lance legal é que nesses jogos rola uma grande interatividade, pois você consegue jogar com pessoas na internet e até mesmo em 4 ou mais jogadores em sua casa. Isso é sempre bacana, ninguém precisa esperar a vez do outro, todos podem participar.
Já escutei muita conversa de que guitarristas conseguem se desempenhar melhor, ou jogadores aprendem música com mais facilidade.
Conheço muitos músicos, ótimos instrumentistas, mas na hora do jogo muitas vezes não passam dos primeiros compassos. Alguns jogam no nível mais fácil e mesmo assim o desempenho é péssimo.
Alguns alunos meus contaram que além de tocar também jogam quase todos os dias, mandam bem até no Expert, mas não tocam igual no instrumento verdadeiro. Se formos comparar com as músicas Jordan do Buckethead ou Cliffs of Dover do Eric Johnson como exemplo, eu já vi gente fazendo mais de 90% no jogo, nas dificuldades HARD e EXPERT, no entanto, para se tocar na guitarra essas duas músicas requerem anos de estudo.
O fato é que mesmo sendo um músico experiente, você não conseguirá detonar o jogo de primeira! Aliás, nem de segunda ou terceira. Duvida? Faça o teste: no jogo Guitar Hero 3 tente vencer o desafio contra o Lou no nível Expert, ou tocar Through The Fire And Flames, essa até no Hard é de doer. Você pode até conseguir, mas garanto que terá que ficar um bom tempo praticando.
O mesmo eu digo para os Hard Gamers; se você nunca pegou em um instrumento de verdade, por mais que seus pontos sejam altos no jogo, na guitarra o estudo é longo e contínuo.
De uma forma ou outra para se dar bem em ambos, a pessoa terá que estudar e praticar muito. Não quero criticar músicos ou gamers, muito pelo contrário, acredito que cada um deve ter seu valor reconhecido. Hoje muita gente procura aulas de música por causa do jogo, ao mesmo tempo que guitarristas, baixistas e afins se divertem com os games em suas casas.
Meu conselho é: se você é músico experimente jogar! Se você é gamer faça aulas de instrumento! Garanto que em ambos os casos os resultados serão positivos.
Música sempre é bom, sendo no game ou no instrumento. Os dois divertem, interagem, formam amizades, distraem a cabeça e formam um novo tipo de cultura para nós.
Viva a música! Viva o game!